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Cecília Meireles - Retrato

Retrato Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida A minha face? Cecília  Meireles Fonte:  https://www.escritas.org/pt/t/1505/retrato

"A arte de ser feliz", de Cecília Meireles

A arte de ser feliz Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um  galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo...

Cecília Meireles (1901 - 1964)

Vinicius, o poeta II

Vinicius, o poeta I

Macunaíma (1969) - Joaquim Pedro de Andrade

O poeta do castelo (Manuel Bandeira)

Anna e o planeta, de Jostein Gaarder

"Anna e o planeta", de Jostein Gaarder (mesmo escritor de "O mundo de Sofia"), é daqueles livros que nos deixam com vontade de pesquisar, de cuidar da nossa pegada no planeta ou de tornar-se um(a) ativista empenhado(a) pelas causas ambientais. Imagine que sua bisneta lhe cobrasse em sonhos por um mundo que não existe mais? Imagine que, a partir dos sonhos, você pudesse saber como será o mundo daqui a 70 anos? Assim, somos apresentados a Anna (em 2012), personagem principal desse romance, que se depara em sonhos com as demandas de sua bisneta chamada Nova (em 2082) .  Como diz Luzia de Maria, em "Cidadão do Mundo": "É importante ler os sonhos, de Anna e de Jostein Gaarder, torná-los nossos e...agir! Essa história nos cobra ser lida. Devemos isso aos nossos bisnetos!" Leitura recomendada para os alunos do 8° ano do ensino fundamental. 🌍 GAARDER, Jostein. Anna e o planeta. São Paulo: Seguinte, 2017.163p 🌱 #leiturasdemundo   #ciadasletras...

Leituras para tempos sombrios I - Hannah Arendt

Alemã de origem judaica Hannah Arendt (1906 – 1975) formou-se em filosofia em Heidelberg, período em que foi aluna do filósofo Martin Heidegger. Trabalhou, entre outras atividades, como jornalista e professora universitária. Recusava-se ser classificada como “filósofa” e também se distanciava do termo “filosofia política”; preferia que suas publicações fossem classificadas sob o tema “teoria política”.  Entretanto, ela continua sendo estudada como filósofa, em grande parte devido a suas discussões críticas de filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Immanuel Kant e Martin Heidegger, além de representantes importantes da filosofia moderna como Maquiavel e Montesquieu. Devido aos seus trabalhos sobre filosofia existencial e sua reivindicação da discussão política livre, Arendt tem um papel central nos debates contemporâneos. Suas obras mais conhecidas são:  As origens do totalitarismo  (1951),  A condição humana  (1958) e  Eich...

Leitura de poema de Paula Tailtembaum (poetisa gaúcha)

Augusto dos Anjos (1884 – 1914)

      Augusto nasceu no interior da Paraíba. Filho de conhecido e culto advogado em cuja excelente biblioteca encontravam-se   obras de Darwin, Spencer, Lamarck e outros teóricos evolucionistas europeus. A exemplo do pai, foi aluno brilhante e bacharelou-se com distinção na Faculdade de Direito do Recife. Depois de formado, passou a lecionar na capital da Paraíba. Casou-se e, em seguida, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceu por 4 anos e teve 2 filhos. Atacado pela tuberculose, viajou a Minas Gerais, fixando residência em Leopoldina. Lá morreu com tão-somente 30 anos, tendo um único livro escrito e publicado. Única obra: Eu (1912)       Augusto dos Anjos é um caso à parte na poesia brasileira. Autor de grande sucesso popular, foi ignorado por certa parcela da crítica, que o julgava mórbido e vulgar. Alguns estudiosos que se debruçaram sobre essa obra única e...